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O que o Comércio Internacional tem a ver com a sua empresa?

Atualizado: 2 de nov. de 2019

Desde os tempos mais remotos, o comércio é um dos grandes motores da humanidade. Um dos muitos exemplos é o dos portugueses que, nos séculos XV e XVI estabeleceram inúmeras rotas comerciais com o uso de suas caravelas. Naquela época, grandes valores eram aplicados em viagens que duravam vários meses (a custo perdido, diga-se de passagem), com objetivo de adquirir produtos cobiçados na Europa.


Companhia Holandesa das Índias Orientais
Logo da Companhia Holandesa das Índias Orientais

Outro exemplo, e talvez o mais expressivo venha dos séculos XVII e XVIII: a Companhia Holandesa das Índias Orientais, que operou de 1602 à 1799 e cujo o principal negócio era a compra de especiarias na Ásia para a revenda na Europa. Dentre algumas curiosidades, está o fato de que esta empresa tenha sido a primeira a ter suas ações ofertadas ao público (ou seja, a primeira empresa de uma ‘Bolsa de Valores’) bem como é considerada a mais valiosa da história, com valor ajustado de cerca de 8 Trilhões de dólares – quase 8 vezes mais do que a Apple vale hoje!


Desde a época dos caminhos marítimos, a mola propulsora do comércio continua a impulsionar as grandes empresas e, felizmente, seu impacto é medido com muito mais assertividade. Contudo, os números do Comércio Internacional demonstram que o Brasil é um país extremamente fechado. Fazemos menos com negócios com empresas estrangeiras tanto no caso dos países mais ricos, quanto no caso dos países mais pobres do que nós. Apenas 24,1% de nosso PIB está ligado às exportações e importações – o menor valor entre todos os países que avaliamos para este artigo. Veja abaixo[1]:


[1] Todos os dados retirados da base aberta e gratuita do Banco Mundial, considerando o ano de 2017. Para maiores informações visite https://data.worldbank.org/

Note que, apesar de termos um PIB 54% maior do que o da Austrália e 30% maior do que o da Rússia, temos um fluxo de comércio internacional 17,7% menor do que o país da Oceania e 22,7% inferior ao russo.


Argentina

O que isso significa? Significa que estamos atrás da concorrência e que estamos perdendo oportunidades. Significa que as empresas brasileiras estão se beneficiando muito pouco daquilo que podem comprar fora do país e impactando menos clientes no exterior do que as empresas de outros países. Imagine: caso o Brasil estivesse em linha com a média mundial de exportações e importações, poderia chegar a agregar um volume de 690 Bilhões de dólares – um valor superior ao PIB da Argentina!


Os países que optaram por abrir mais as suas fronteiras estão mais expostos à entrada de tecnologias estrangeiras, melhorando sua competitividade seja no mercado interno, seja no mercado externo. Isto acaba gerando um movimento financeiro maior e permite que as empresas locais busquem na importação melhores tecnologias e insumos de melhor custo-benefício, o que acaba ‘catapultando’ suas exportações e ampliando a sua base consumidora.


Como esta realidade é percebida e impacta as nossas empresas no Brasil? Empresas que investem em Tecnologia, buscam referências nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. As empresas Brasileiras do agronegócio, buscam bater recordes de produtividade importando e desenvolvendo tecnologia para abastecer o mercados de todo o mundo por meio das exportações.


O que estes dois setores tem em comum? Tanto a tecnologia, quanto o agronegócio estão cooperando para transformar o Brasil num player global que compete em pé de igualdade com países mais desenvolvidos como os Estados Unidos, a Austrália, a Alemanha e a China.


Mas e os outros setores? E a sua empresa? Este é o ponto principal desta reflexão. Como as nossas empresas, sejam elas indústrias, comércio ou serviços, podem fazer frente aos concorrentes asiáticos, europeus ou americanos? Quanto mais você poderia vender no mercado doméstico se o seu custo médio caísse 10% por conta de importações? Que tipos de serviços prestados por empresas estrangeiras podem melhorar o seu negócio? Quanto mais você poderia vender se tivesse uma base de clientes no exterior e lhe pagando em dólar?


A sua empresa já utiliza o Comércio Internacional para importar com inteligência as tecnologias e os insumos que podem fazer a diferença para o seu negócio? Você já gera faturamento em dólar com pagamento garantido e se beneficiados do recursos econômicos que as exportações propiciam?


Por Alvaro Pedó da Silva e Cristiano Körbes

Especialistas em Negócios Internacionais e sócios da Mais Trading Gestão Empresarial.

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